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This user has reviewed 7 games. Awesome!
1954 Alcatraz

Potencial mal aproveitado

1954 Alcatraz passa longe de ser um jogo ruim. De modo algum descrevo sua experiência como aborrecida ou entediante. A ambientação é interessante e os puzzles não extrapolam a lógica. A livre alternância de perspectiva é um recurso interessante que ajuda a deixar a experiência mais interessante, ainda que acabe tornando a temporalidade um tanto confusa, já que acaba exigindo que a história se passe ao longo de alguns dias mesmo quando sugere uma urgência maior que isso. Mas, ao chegar no final, é difícil não reparar que faltava algo. Sem dar spoilers, mas há uma decisão a ser feita pelo jogador que perde muito do peso dramático que poderia ter tido devido à deficiência do roteiro em aprofundar seus personagens e tornar suas relações interessantes. Várias figuras são apresentadas, muitas até com uma trama pessoal a ser resolvida. Mas, passado esse momento de resolução, as interações se encerram e não podemos conhecer mais deles. Essa sensação vai se acumulando até um final que, mesmo sendo satisfatório do ponto de vista narrativo, não provoca emoções consideráveis e é rapidamente esquecido. 1954 Alcatraz diverte em suas curtas horas, mas não vai além disso. Com um roteiro melhor, poderia ser um jogo menos esquecível. Mas, considerando o quão barato ele fica em promoções, não vejo motivos para fãs do gênero não darem uma chance.

Milky Way Prince - The Vampire Star

Amor e dor em símbolos

Apropria-se do estilo que o estúdio SHAFT emprega em animes como a série Monogatari sem ser derivativo. Há uma influência clara, mas com o toque pessoal de seu criador. E, falando em pessoalidade, aqui ela anda de mãos dadas com simbolismos que ajudam a tornar a história, em certa medida, universal. O criador reconta uma tragédia pessoal a partir de imagens e metáforas que contribuem para que elas ressoem em outras vivências. Como em toda história que objetiva revelar a intimidade de um acontecimento pessoal, as coisas passam longe de serem bonitas. A beleza das ilustrações convive com temas sensíveis, como automutilação e abuso de substâncias. Assim, temos o antagonismo como uma marca constante: dois rapazes de personalidade inicialmente simétricas, um com estrelas nos olhos e outro tragicamente abatido; o particular e o universal; o metafórico e a crueza; o belo e o feio; o amor idealizado e o sexo violento. Se o visual novel é uma mídia que pode desenvolver pretensões artísticas maiores que simplesmente melodrama romântico e que pode dialogar com outras linguagens, Milky Way Prince: the Vampire Star é um belo exemplo disso. Contudo, careceu de explorar melhor algumas potencialidades próprias do visual novel. O sistema de escolhas, por exemplo, é confuso, tornando difícil identificar como os finais alternativos podem ser lidos sem a ajuda de um guia. Há um fluxograma que ajuda, mas não é suficiente. Avançar o texto já lido e ter mais espaços para salvar também faz falta. Essas falhas prejudicam sim a experiência, mas não diminuem o impacto de seus êxitos. Milky Way Prince é uma narrativa forte sobre relacionamentos disfuncionais e como o amor, sozinho, não pode curar a pessoa amada, principalmente quando ela não reconhece suas próprias mazelas. Acima de tudo, o maior ato de amor é cuidar de si mesmo.

2 gamers found this review helpful
Orwell: Ignorance is Strength

Somewhat disappointed

I really liked the first game, but this one seemed to lack some refinement. It is quite shorter (only three chapters) than the first one and only focuses on four characters (one of which loses relevance after the first chapter). The story didn't instigate me and the characters were uninteresting. Also, the endings were even unsatisfying. One cool mechanic that debuted here was the feature of setting up and spreading fake news to tarnish the target's reputation. But it only appears in the last chapter and is used in a very shallow way. They could have developed it more. In the end, I got the feeling that this was a very expendable DLC of the first game instead of a sequel.

Higurashi When They Cry Hou - Ch.2 Watanagashi

The mystery is getting more complicated

It was surprising to see how Watanagashi followed the exact same structure as Onikakushi, but still, it seemed like a whole different story. Onikakushi was so tense that it became suffocating, but a bit predictable as Keiichi's fate could be seen from miles. Watanagashi is different, though. I didn't feel the previous tension, but the plot was much sadder. You aren't worrying just about Keiichi. You're concerned about a group of characters being destroyed. Yet, there's still a chance to save someone, so you keep holding that hope until the ending (and its endless plot twists). I can't wait to read the next one.

1 gamers found this review helpful
Kentucky Route Zero: PC Edition

Love it or hate it, it's unique

It's really, REALLY, hard to talk about Kentucky Route Zero. I had some expectations that were flustered along the way. However, "my expectations" couldn't be blander and cliché. Instead, Cardboard Computer chose a different path: to create a unique work, deeply experimental and different than anything else I've experienced in gaming. I studied Electronic Literature during my Master's degree and this definitely helped me to appreciate the game more. Electronic Literature is at the core of KR0 – both as a direct influence and as its main goal. E-lit usually wasn't done as entertainment (most of them actually can be pretty boring, just as KR0). The authors aimed at developing new ways to tell stories using digital language. KR0 pays a beautiful homage to these experiments and tries to incorporate them into a game. Does it work? Not always. But when it does, the result is simply amazing. Even if you like adventure games, visual novels, or reading in general, you may not necessarily like Kentucky Route Zero. It's boring, pretentious, unorthodox, and ignores easy storytelling conventions. It doesn't offer catharsis, big reveals, or an intense climax. However, if somehow you feel attracted to this (sur)real world and their melancholic residences, you may have one of the most unique experiences in gaming. Just try to read some e-lit works, such as Interactive Fictions (Photopia) and hypertext fiction, to know beforehand what's the purpose of KR0.

12 gamers found this review helpful
Higurashi When They Cry Hou - Ch.1 Onikakushi

Uma excelente introdução

Como alguém que nunca sequer tinha assistido ao anime, devo dizer que fiquei bastante impressionado. Esperava uma história simples cujo propósito seria apenas deixar os leitores curiosos para comprar as sequências, mas me surpreendi com como ela funciona bem isoladamente. Sim, o final não responde nada, mas há uma estrutura bem sólida de introdução-desenvolvimento-climax-conclusão. Devo elogiar muuuuito como a escrita faz você sentir a paranoia e o desconforto sentidos pelo protagonista. Após horas lentas de slice of life leve e divertido, você leva um soco (ou seria grito?) e passa a questionar a índole de todo mundo que lhe cerca. Os mistérios se acumulam e a sensação de alienação e isolamento em uma vila aparentemente tranquila crescem de modo angustiante. Realmente superou todas as minhas expectativas. Em relação ao audiovisual, recomendo um mod que substitui os sprites, cenários e resolução pelos da versão console (bem melhores e modernos). Devo fazer uma pausa agora com algo mais leve, mas continuo bastante curioso para os seguintes.

Interrogation: You Will Be Deceived

Boas ideias, execução mediana

​Jogo bem interessante e pouquíssimo comentado que me deixou fissurado nos primeiros capítulos, mas infelizmente teve um desfecho um tanto morno. Resumindo a sinopse de maneira bem direta: um grupo planeja uma revolução por meios violentos e você, como policial, precisa interrogar suspeitos e descobrir quem lidera o grupo. Para isso, você passa um longo tempo selecionando opções de diálogo para conquistar a simpatia dos suspeitos ou intimidá-los, além de contar com o último recurso de torturá-los. Você também deve redigir os releases para divulgar à imprensa, ser entrevistado por repórteres, gerenciar recursos durante a investigação, manter aprovação do público, colegas de trabalho e da imprensa... Enfim, bastante coisa, principalmente se considerarmos que estamos falando de um jogo indie romeno. O problema é que a execução nem sempre é tão boa. Nossas ações parecem não afetar tanto o rumo da investigação (problema comum em jogos do gênero), os personagens não possuem o carisma que poderiam ter e a maioria é até bem esquecível (literalmente, muitas vezes eles eram mencionados e eu sequer lembrava quem era). Mas ele também tem seus méritos. É visível que foi feita uma ótima pesquisa sobre ideologias modernas que poderiam estimular uma tentativa de revolução (mesmo que eu tenha sentido uma perspectiva muito "centrão"), os interrogatórios com limite de tempo passam um forte sentimento de urgência e há pequenos detalhes que fazem com que gameplays diferentes sempre tenham alguma distinção. É um jogo que recomendo, mas ressaltando também que as expectativas não devem ser muito altas.

1 gamers found this review helpful