Assim como o jogo original, o remake de 2020 beira a perfeição, mas apresenta alguns pontos que me incomodaram. Um dos principais problemas é a ausência da trilha sonora original de 2002. Se há algo que o Mafia clássico tinha de espetacular, era sua trilha sonora vibrante e emocionante. No remake, optaram por uma trilha original, mas o resultado é decepcionante: falta impacto, e ela não consegue causar as mesmas emoções que o jogo original transmitia. No entanto, em termos de áudio, o trabalho realizado é competente. Vale lembrar que o Mafia clássico fazia uso do EAX (Environmental Audio Extensions), que aproveitava a aceleração por hardware para entregar uma qualidade sonora superior. Na época, isso proporcionava uma experiência imersiva, com detalhes incríveis como vozes, latidos de cães e sons de pássaros perfeitamente posicionados. Ainda que o remake utilize o motor de áudio WWise (Audiokinetic), que simula bem os ambientes sonoros com a API XAudio2, a magia do EAX ainda brilha no clássico. API XAudio2 ainda tira proveito de hardware 3D. Que no meu caso, a AE-7 faz jus ao seu papel, mas mesmo assim, o áudio do remake não alcança o nível impressionante do original. Visualmente, o jogo é deslumbrante. Lost Heaven está mais detalhada, viva e imersiva, com gráficos modernos que elevam a experiência. Além disso, o remake introduziu novos modelos de veículos, incluindo motocicletas, o que é uma adição interessante. No entanto, nem tudo são acertos. Um aspecto decepcionante é a física do jogo. Após eliminar um inimigo com tiros, disparos adicionais não causam mais efeito sobre os corpos, algo que tira um pouco da imersão. Outro detalhe que senti falta foi a capacidade de desligar o motor do carro sem sair do veículo, presente no clássico, mas inexplicavelmente removido no remake.